Poesia para Vovó
Canto de Dôra
Na certeza cruel
Desse sol que é cáustica,
minha mão é a foice
E a foice, minha vida...
Deram-me de comer da arte
que me alimenta.
Dentre canaviais,
durante as canas que eu
cortava
O sorriso não me faltava o
encontro,
em contraste à tormenta
Embaixo da andira
O rádio cantava
As preces e alegrias
Que a realidade pouco correspondia.
Respirava o ar
A natureza intacta
Utopicamente fugia
Da melancolia que me castigava.
O castigo que sofri,
meus antepassados sofreram.
E minhas sementes sofrerão.
O rádio de pilha não mais canta
As palavras doces do padre me fazem ajoelhar,
e cortar o Diabo,
como quem corta cana.
De: Nay Harrison e Luiz Ribeiro
Teatro Severino Cabral-Campina Grande, participação de Nay Harrison no Show da Banda de MPB
Psicodelia Caruaruense Rasga Mortalha.
TODOS DIREITOS RESERVADOS
No comments:
Post a Comment